segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Bolha imobiliária estourando? Onde?

"Se você está na esperança de os preços despencarem para comprar, espere sentado"

Desde 2008, quando surgiram os primeiros comentários de bolha imobiliária em vias de estourar no Brasil, tenho analisado evidências históricas e internacionais, refutando até aqui tais alegações e concluindo que, provavelmente, os preços continuariam a subir.
De acordo com a consultoria britânica Knight Frank, entre os 53 países com os maiores mercados imobiliários globais, o Brasil teve em 2012 a maior alta de preços de imóveis residenciais: 13,7%, em média. Resolvi atualizar e expandir meus estudos.
Há um ano, usei o consumo anual per capita de cimento como estimativa do grau de aquecimento da atividade no setor imobiliário em momentos de estouro de bolhas em vários países. Hoje, pelas minhas contas, esse indicador chegou a 361 quilos no Brasil. No ritmo médio de crescimento dos últimos dez anos, que foi de 5% a.a., em apenas dois anos atingiríamos o nível mais baixo de estouro de bolhas, que é de 400 quilos, o que sugeriria cautela. Por outro lado, o nível máximo de consumo de cimento antes de as bolhas estourarem, em alguns casos, passou de 1.600 quilos anuais per capita. Para chegar a esse patamar, o Brasil levaria mais 80 anos. Por esse parâmetro, poderíamos estar entre 2 e 80 anos do estouro de uma bolha. Pouco se conclui.
O segundo indicador importante é o total de crédito imobiliário disponível. Crédito permite que mais gente compre imóveis, aumentando a procura por eles e elevando seus preços. No Brasil, apesar do crescimento dos últimos anos, ele ainda é de apenas 7% do PIB, muito distante dos 50% do PIB que costuma ser o mínimo quando bolhas imobiliárias estouram. Mesmo considerando-se uma expansão ao ritmo dos dois últimos anos, que foi de 1,4% do PIB ao ano, o mais rápido da nossa história, levaríamos mais de 30 anos para chegar a 50% do PIB. Sinal de tranquilidade.
Por fim, como anda a capacidade de pagamento dos brasileiros? Levando-se em conta os preços dos imóveis em relação à renda no mundo, chama a atenção a grande dispersão entre as maiores cidades brasileiras, com algumas entre as mais caras e outras entre as mais baratas.
Das 50 cidades mais caras do planeta, 49 estão em países emergentes, incluindo quatro no Brasil: Brasília (10ª), Rio de Janeiro (25ª), Belo Horizonte (43ª) e Porto Alegre (45ª).
Por outro lado, Salvador não está mais entre as 100 mais caras do mundo, Fortaleza é uma das únicas dez cidades entre as 50 mais baratas do mundo que não estão nos EUA, e Campinas também está entre as 100 mais baratas. Entre os 385 maiores mercados imobiliários globais, a classificação média das 11 cidades brasileiras incluídas foi 124ª, sugerindo que o mercado brasileiro como um todo está um pouco mais caro do que a média, mas distante dos mais caros do planeta. Entre os mercados emergentes, o Brasil está mais barato do que a média.
Outro aspecto favorável é que um menor percentual da renda necessário para pagamento mensal de hipotecas sugere que no Brasil temos melhor capacidade de honrar dívidas. Além disso, comparando o preço de compra de imóveis com o custo de alugá-los, constata-se que no Brasil aluguéis elevados estimulam compras mais do que no resto do mundo. Por fim, a desvalorização do real barateou os imóveis no Brasil para compradores estrangeiros.
Em resumo, ainda que algumas cidades sugiram mais cautela, para o país como um todo, continuam valendo as conclusões do ano passado. Altas modestas ou manutenção de preços são prováveis na maioria dos casos e o risco de estouro imediato de uma bolha imobiliária nacional ainda é baixo. Se você está na esperança de os preços despencarem para comprar, espere sentado. Segundo Platão, coragem é saber o que não temer.
Ricardo Amorim é economista, apresentador do programa “Manhattan Connection”, da Globonews, e presidente da Ricam Consultoria

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Novo Plano Diretor mudará a vida dos paulistanos.

O Plano Diretor Estratégico é o instrumento da política de desenvolvimento urbano e de orientação de todos os agentes que atuam na cidade, com participação da população garantida no processo de elaboração. No último dia 19 de setembro, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano divulgou a minuta do Projeto de Lei do novo PDE da Cidade de São Paulo, que agora está na Câmara Municipal aguardando aprovação. Trata-se de uma minuta bem mais simples que o PDE em vigor, com apenas 84 páginas, mas que, se aprovada, mudará significativamente a vida dos paulistanos.
Um exemplo de alteração diz respeito a vagas de garagem de novos empreendimentos localizados no chamado “eixo de estruturação da transformação urbana” – áreas localizadas ao longo dos sistemas de transporte coletivo de média e alta capacidade, como corredores de ônibus e linhas de metrô. Esses empreendimentos terão, no máximo, uma vaga de garagem para cada unidade residencial autônoma.
Outra mudança é a aplicação de instrumentos que busquem a efetividade da Operação Urbana Centro, que visa requalificar áreas do centro da cidade, buscando estimular investimentos nesses locais, mediante benefícios, como maiores coeficientes de aproveitamento máximo para construções na região.
Ainda, imóveis não utilizados, edificados ou não, ou subutilizados terão a aplicação de alíquotas progressivas de IPTU, até atingir a alíquota máxima de 15% sobre o valor venal do imóvel. Decorrido o prazo de cinco anos da aplicação do IPTU progressivo e caso o imóvel ainda se encontre subutilizado, a prefeitura poderá proceder à sua desapropriação, com pagamento da indenização ao proprietário em títulos da dívida pública.
Destacamos, também, a criação da chamada “cota de solidariedade”. A nova minuta prevê a possibilidade da exigência de doação de áreas à cidade para fins de produção de Habitação de Interesse Social para o licenciamento de empreendimentos de grande porte.
Todavia, é importante ressaltar que muitos pontos do novo PDE já são abordados pela legislação atual, sem que existam muitos resultados concretos. É o caso da valorização do transporte público em detrimento ao individual. O PDE atual tem tal tema como objeto e diretriz no âmbito da Circulação Viária e de Transportes, prevendo o estímulo, pelo Executivo, para a criação de estacionamentos num raio de 100 metros de todas as estações de metrô e trens por particulares. No mesmo sentido, a minuta apresentada aborda tal matéria como objetivo do Plano Municipal de Mobilidade Urbana. A facilitação do acesso ao trabalho, com a redução da vulnerabilidade e do deslocamento do trabalhador e o equilíbrio da oferta de emprego na cidade é outro exemplo de conteúdo semelhante entre os PDEs.
Como exemplo de perda de conteúdo, o PDE em vigor, ao contrário do novo, além de conceituar exaustivamente alguns institutos, tem como objetivo estimular o investimento estrangeiro, além de contar com capítulos inteiros sobre o turismo, o desenvolvimento humano e a qualidade de vida da população.
A crítica à minuta também recai na imprecisão de mapas, na ausência de sanções pelo descumprimento do plano e de definições claras sobre institutos propostos, como a função social da propriedade, o IPTU progressivo, o direito de preempção e a desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública. Outro ponto criticado é a modificação da utilização do Campo de Marte.
O Estatuto da Cidade prevê a promoção de Audiências Públicas e debates com a participação da população para aprovação do PDE. Assim, no dia 2 de setembro, ocorreu a primeira Audiência Pública para apresentação e discussão da minuta do novo PDE. O secretário Fernando Franco, da Secretaria de Desenvolvimento Urbano, iniciou o debate apresentando uma breve explicação sobre os princípios e objetivos que regem o PDE e a ordenação territorial prevista na minuta. Depois, foi aberto o espaço para a participação popular, que pode criticar ou contribuir para a adequação do novo PDE. A segunda Audiência Pública foi realizada no dia 5 de setembro e foram abordados temas como a cota de solidariedade e a arrecadação de bens abandonados. A minuta foi enviada à Câmara no último dia 26 de setembro, constituindo o Projeto de Lei nº 688/2013.
De acordo com a Lei Orgânica de São Paulo, a aprovação do Projeto de Lei do novo PDE depende da aprovação de 3/5 dos membros da Câmara Municipal e o prefeito pode solicitar a sua tramitação em regime de urgência. Após a aprovação, o Projeto de Lei depende da sanção do prefeito, sendo reservado a ele o exercício do poder de veto. Em caso de veto, o projeto será reavaliado pela Câmara, que decidirá se esse será mantido.
Com certeza, o desafio será implementar as alterações propostas pelo PDE no cotidiano do paulistano. A minuta parece buscar maior praticidade, numa tentativa de ser facilmente aplicada, mas resta aguardar os atos do poder público que darão efetividade ao PDE, na esperança que as propostas de melhoria sejam incorporadas numa São Paulo mais desenvolvida.

fonte: http://www.conjur.com.br

Como baratear o financiamento do imóvel só mexendo no seguro.

Entenda como funcionam os seguros obrigatórios dos financiamentos de imóveis, cujos custos podem variar até R$ 135 mil entre diferentes instituições.

São Paulo – O custo do financiamento imobiliário pode variar muito entre um banco e outro e isso não é novidade. Mas, nem todos sabem que em muitos casos o que costuma gerar as diferenças de custos são dois seguros atrelados ao financiamento, que podem facilmente superar o montante de 100 mil reais ao final do prazo, além de variar mais de 135 mil reais entre diferentes instituições financeiras.
Ao compreender o que são esses seguros, o comprador não só aprende a comparar melhor os custos de diferentes financiamentos, como passa a entender o que ele está pagando ao fazer o financiamento e as vantagens que ele pode tirar disso.
Segundo a Lei 4.380/84 e o Decreto 73/66, todo financiamento feito dentro do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) deve incluir o pagamento de dois seguros, também chamados de seguros habitacionais: o seguro para Morte e Invalidez Permanente (MIP), e o seguro de Danos Físicos do Imóvel (DFI). Ambos são pagos junto às parcelas do financiamento.
Os financiamentos feitos pelo SFH são aqueles que utilizam recursos da poupança e do FGTS e que contemplam apenas imóveis de até 750 mil reais nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e no Distrito Federal e de até 650 mil reais nos demais estados. Ainda que para imóveis mais caros, fora do SFH, os seguros não sejam obrigatórios, é praxe que os bancos não concedam o financiamento sem a contratação dos seguros habitacionais.
O que eles cobrem?
O MIP é o seguro que quita o saldo devedor do financiamento em caso de invalidez permanente ou falecimento do contratante, ou de um dos integrantes da renda familiar, quando o contrato do financiamento indicar que mais de uma pessoa compõe a renda para o pagamento do imóvel.
Já o DFI cobre prejuízos causados ao imóvel por fatores externos. Alguns dos eventos cobertos são: incêndio, explosão, inundação, destelhamento, desmoronamento total e parcial. A indenização corresponde ao valor necessário para a reparação dos prejuízos, com a recuperação do imóvel nas mesmas condições que apresentava antes do sinistro.
Variação de valores entre instituições
As diferenças dos valores do MIP e do DFI entre diferentes bancos podem chegar a superar absurdos 135 mil reais. Essa foi a variação de valor verificada em uma simulação feita pelo Canal do Crédito, a pedido de EXAME.com, que mostrou que no financiamento de um imóvel de 500 mil reais, com uma entrada de 100 mil, o custo dos seguros no financiamento do HSBC totaliza 41.853 reais, e no Itaú, 176.429 reais (para um perfil de cliente entre 46 a 50 anos). 
Veja a seguir, no resultado completo da simulação, quanto custam os seguros MIP e DFI cobrados em um financiamento de imóvel de 500 mil reais, qual é a participação deles em relação ao custo total e a diferença de preços entre uma instituição e outra. A simulação foi feita para um prazo de 360 meses, considerou uma entrada de 100 mil reais, e um perfil de cliente com renda mensal de 15 mil reais.

sábado, 7 de dezembro de 2013

Financiamento para compra de imóveis pode subir até 20% em 2014.

2014 deve ser um ano positivo para o setor imobiliário.


SÃO PAULO – O setor imobiliário acredita que o ano de 2014 será positivo, sendo que o financiamento para a compra de imóveis pode crescer entre 14% e 20%, de acordo com as projeções da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança).
Para o presidente da instituição, Octavio de Lazari Junior, para o próximo ano, o setor ainda precisa trabalhar a infraestrutura e a política expansionista. Porém, de modo geral “2014 será um ano muito bom e positivo para o setor imobiliário”, afirma. Vale lembrar que 2013 foi um período de recuperação do mercado, pois 2012 registrou queda no crédito imobiliário e nos investimentos em novos empreendimentos.
Para os especialistas a tendência é boa, pois em outubro deste ano o crédito imobiliário representou 8% do PIB brasileiro e a inadimplência no setor atingiu somente 1,85%. Segundo Lazari, para o crédito no setor subir é importante que a taxa de desemprego esteja baixa, a renda do comprador suba e a confiança do consumidor esteja alta.


fonte: .infomoney

Preços de imóveis sobem 14% em 12 meses e batem inflação.

Alta do preço médio do metro quadrado anunciado no acumulado de 12 meses supera em 7,9 pontos percentuais inflação medida pelo IPCA, segundo Índice FipeZap.

São Paulo - O Índice FipeZap Ampliado, indicador que acompanha a variação do preço do metro quadrado dos imóveis anunciados para venda em 16 cidades brasileiras, registrou um aumento no preço médio do metro quadrado anunciado de 1,3% em novembro, a mesma alta registrada em outubro.
A elevação é de 13,8% no acumulado do ano, 7,9 pontos percentuais acima da inflação medida pelo IPCA esperada para o período, que é de 5,9%, segundo o Boletim Focus do Banco Central.
Florianópolis (+2,3%) e Belo Horizonte (+2,2%) registraram as maiores elevações de preços no mês. E os menores aumentos foram registrados em Salvador (+0,1%), Porto Alegre (+0,7%) e São Bernardo do Campo (+0,7%).
Nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro as variações foram, respectivamente, de +1,3% e +1,2%.
Em novembro, os valores médios do metro quadrado ficaram entre 9.812 reais, no Rio de Janeiro, e 3.797 reais, em Vila Velha. E a média nacional foi de 7.231 reais.
Veja na tabela o desempenho de cada cidade no Índice FipeZap de novembro. Todas as 16 cidades compõem o Índice FipeZap Ampliado, lançado no início deste ano. Sete dessas cidades, em negrito, já compunham o Índice FipeZap Composto, existente desde 2010.
RegiãoVariação mensal novembro/13Variação mensal outubro/13Em 12 mesesNo ano
Florianópolis2,30%1,90%15,70%16,00%
Belo Horizonte2,20%3,70%9,20%10,40%
Curitiba2,10%3,50%36,00%38,60%
Vitória2,10%0,10%15,00%15,90%
Fortaleza1,90%1,40%13,20%13,90%
Niterói1,40%0,50%8,50%9,40%
Índice FipeZap Ampliado (16 cidades)1,30%1,30%12,70%13,80%
São Paulo1,30%1,20%12,70%13,60%
Índice FipeZap Composto* (7 cidades)1,20%1,20%11,70%12,80%
Rio de Janeiro1,20%0,90%13,80%15,00%
São Caetano do Sul1,00%1,30%10,50%11,10%
Recife0,90%1,40%12,30%12,80%
Vila Velha0,90%0,70%11,50%12,20%
Santo André0,90%0,90%10,80%11,70%
Brasília0,80%0,50%4,10%5,60%
Porto Alegre0,70%1,50%13,00%14,40%
São Bernardo do Campo0,70%1,10%8,90%9,20%
Salvador0,10%0,20%10,00%12,30%
Fontes: Índice FipeZap e Banco Central

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Resultados de outubro confirmam bom momento no mercado de imóveis novos.

SÃO PAULO - Vendas acumuladas em dez meses já superaram o total de unidades comercializadas em todo o ano de 2012...

SÃO PAULO - O mercado de imóveis novos residenciais na cidade de São Paulo manteve o ritmo favorável registrado no decorrer do ano. De acordo com a pesquisa do Mercado Imobiliário, realizada pelo Departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP, no período de janeiro a outubro 2013, foram vendidas 27.751 unidades, alta de 31,0% em relação às 21.176 unidades comercializadas nos mesmos dez meses de 2012. As vendas deste ano já superaram o total de unidades escoadas em todo o ano de 2012 (26.958 unidades).
 Em valores, o total vendido atingiu R$ 15,7 bilhões, com incremento de 41,4% sobre os R$ 11,1 bilhões de janeiro a outubro do ano passado, atualizados pela variação do INCC (Índice Nacional da Construção Civil), da Fundação Getúlio Vargas. O montante já ultrapassou os resultados de 2012, quando se comercializou o total de R$ 14,6 bilhões.
 O indicador de desempenho Vendas Sobre Oferta (VSO) de 12 meses chegou, em outubro, a 66,3%, ritmo superior aos 56,2% de dezembro passado. O desempenho se manteve crescente e, em agosto, atingiu o pico do ano, com 67,4%.
 De acordo com a pesquisa, o mercado em outubro apresentou os seguintes resultados:
 • Vendas de 2.160 unidades, um crescimento de 9,5% diante de outubro do ano passado e redução de 26,9% sobre setembro (2.953 unidades);
 • Valor negociado (VGV) de R$ 1,119 bilhão, com aumento de 10,1% em relação a igual mês de 2012 (R$ 1,017 bilhão) e recuo de 15,3% comparado a setembro (R$ 1,322 bilhão).